segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Hotwired - a maior festa fetichista de Londres


Imaginemos uma festa de Verão, como as de Ibiza, Sitges, Mykonos, Copacabana ou Telavive. Corpos bronzeados, musculosos, bebendo refrescos coloridos e bem combinados com o sol, o calor e os seus mini-micro-nano calções. Imaginemos tal concentração de testosterona num ambiente luminoso e quente. Vamos agora para o cenário oposto.


Arcadas úmidas em tijolo, um parque de estacionamento abandonado, uma noite úmida e fria, armazéns fechados e muita chapa metálica enferrujada, combinada com as cercas em arame e ferrugem.



 Nesse canto meio escuro, na margem sul de Londres, ocorreu uma festa gigantesca, escondida num beco. 


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A festa Hotwired Londonno reuni cerca de dois mil participantes de toda a Europa, naquela que é a maior festa fetichista de Londres, num parceria com o site Manhunt, o clube RUT e várias marcas de vestuário e sex-shops. 



Ao contrário do cenário das festas de Verão, o que se experimenta aqui é uma overdose visual entre uma combinação heterogênea de idades, tendências, fantasias e gostos, uniformizados pelos códigos e regras de acesso. Na indumentária a regra é implacável: cabedal ou borracha/látex. Cores permitidas são como o Ford T imaginado nos idos de 1908: “podem ser fabricados em todas as cores desde que em preto”. Não há lugar a sapatilhas coloridas, t-shirts ou logótipos. Não há regras a não ser as da porta de entrada. E no interior, cada qual, dentro dos milhares de participantes, sabe de si.

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Em cada uma das arcadas, os típicos túneis de tijolo por baixo de viadutos ferroviários, existe um espaço distinto. Uma pista de dança, um bar, uma zona para fumantes e uma zona de trocas e WC ocupavam os quatro primeiros arcos. Nos seguintes, mais a meia luz, estão os parques de recreio: sling, uma pista de dança com batidas mais pesadas, labirintos, cabines, uma roulotte e até um automóvel. Sexo, baldes de preservativos e lubrificante e voyeurs mais ou menos interativos circulam por entre os vários espaços, alternando entre a cerveja ao balcão e a sessão de fisting. 



Nos centenas de membros em cada zona do evento, uma coerência estranha entre o dresscode e os comportamentos, na cordialidade e consenso entre quem faz o que lhe apetece sem temores ou julgamentos dos restantes. Podem ser super-heróis, cachorros submissos ou extra-terrestres. Simplesmente  vivendo as suas fantasias. E o curioso é, novamente, esse consenso, em que a idade não tem grande peso (talvez participantes dos 18 aos 81) e que o que conta é deixar o dia-a-dia lá fora e gozar a noite. De preferência escura, industrial e úmida.


ver mais fotos: Hotwired London 2015

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