sábado, 15 de abril de 2017

Contos Gays : O Turista


O Turista

João Fadário







Capítulo 1: Uma Noite Atribulada!





*Lisboa, 26 de Maio de 2013*




Hoje o dia está porreirito.

Ideal para fazer caminhadas.

Decidi que uma caminhada à beira rio é o que preciso.

Afinal, estou mesmo a precisar de espairecer...

Arranjo-me e lá vou eu.

Mal havia chegado quando sinto algo a vibrar no bolso.

Quem seria agora?

Saquei o telemóvel do bolso.

Era a Sara.

Atendi.

- Estou? - perguntei em tom desinteressado.

- Olá Abel! Tudo bem contigo? Como estás? - perguntou Sara, de um só fôlego.

Ri-me.

- Já deves saber, não?? - respondi, sarcástico.

A Sara era a minha melhor amiga. Amiga de noitadas, de copos, de cama. Uma amiga de longos anos. Com ela eu podia falar de tudo, sem rodeios. Sara sempre tivera um fraquinho por mim. Porém, desde o início que a avisei: não sou homem de uma mulher só. Ela decidiu então ser a minha melhor amiga.

- Pois! É por isso mesmo que te estou a ligar! Queria saber a tua versão da história! Apresentaram queixa contra ti, sabes? - argumentou ela, em voz grave.

Ri-me novamente.

- A sério? É preciso ter lata! - exclamei, embora sem grande convicção.

Sara insistiu:

- Mas afinal o que foi que aconteceu, Abel?

Suspirei.

Ela ia mesmo fazer-me reviver tudo aquilo outra vez.

Tentando dar um tom desinteressado à voz, respondi:

- Ontem fui ter com a Madalena. Até lhe levava um ramo de flores, vê lá tu! Chegado a casa dela, entro, vou pé ante pé até ao quarto e...com o quê que me deparo? Ela estava na cama com o cabrão do Rui! Já viste isto? A grande cabra, a pôr-me os cornos com aquele filho da puta! - explodi, enraivecido.

Sara suspirou e disse:

- Tchiii....!! Não deve ter sido nada bonito de se ver...

Continuei.

- Quando os vi assim, juntinhos, acredita que me apeteceu dar um tiro nos cornos dos dois! Como é que eles se atreveram a fazer-me isto? Aquele cabrão era meu amigo à tanto tempo! Desde os tempos da primária! E ela? Sempre dedicada e calminha, parecia que não fazia mal a uma mosca! E ainda se achou coberta de razão!

- A sério? Porquê? - perguntou Sara.

- A Madalena virou-se para mim e respondeu, passo a citar: "estou farta de ser enganada, de ser usada, de ser uma boneca nas tuas mãos, Abel"! - respondi com voz de falsete, imitando Madalena.

Sara riu-se. Conhecia-me bem o suficiente para imaginar o que se passaria a seguir.

- E o que aconteceu a seguir, Abel? Eles apresentaram queixa contra ti, está lá na página dos Facebooks deles!

Pigarreei.

- Muito simples. Eu virei-me para ela, atirei as flores ao chão e como ela começou a resmungar, preguei-lhe um estalo que até andou de lado. O estúpido do minorca levantou-se da cama, todo nú, e vinha decidido a ripostar. Esqueceu-se que eu tenho reflexos rápidos. Espetei-lhe um murro no focinho em menos de nada! Ficou logo K.O.! - respondi divertido.

- Ouch! Não deve ter sido nada agradável... - suspirou Sara.

- Porra Sara, eu estava de cabeça quente! Um gajo é bom para as pessoas e é assim que me agradecem? Eu, que nunca faltei com nada à Madalena? Eu,

que quando aquele minorca queria mamar ou levar, lhe dava de bom grado? E agora fazem-me isto? Que lata, pá! - exclamei indignado.

Sara riu-se.

- Tiveste uma noite bem animada Abel! É melhor deixar-te descansar, antes que sobre para mim também! - exclamou divertida.

- Sim, isso mesmo! - assenti no gozo.

- Logo vens ter lá a casa?

- Sim, a que horas?

- Aparece depois do jantar. Vamos até ao nosso bar...

- Ok! Beijinhos, Abel! Vê lá se descansas!

- Tchau miúda! Porta-te bem!

A chamada terminou.

- Porra, já estava farto de falar! - suspirei.

Decidi desligar o telemóvel. Não me apetecia aturar mais ninguém. Queria ficar sozinho e espairecer a cabeça. Tinha sido um duro golpe no meu orgulho. Eu sou um gajo habituado a engatar quem eu quero. Pouco me importa se são gajas ou gajos. Se eu sentir vontade ou atracção, é isso que conta.

Adoro viver o momento.

Não estou habituado a ser o "cornudo". Normalmente, as minhas relações acabam ao fim de uma noite de sexo sem compromisso. Com a Madalena, porém, tinha sido diferente...

Ela encantou-me logo da primeira vez que a vi. Era um pouco mais baixa do que eu, sem os saltos. Cabelos compridos, castanhos-escuros, lisos e sedosos, pelo meio das costas. Pele clara, olhos castanhos, redondos. As suas bochechas, sempre vermelhinhas, davam-lhe um ar de estar sempre a ser apanhada a fazer algo que não devia. Tinha o nariz empinado, típico das meninas ricas. A boca dela era bonita, com lábios carnudos. Cedo vim a descobrir que ela sabia trabalhar bem com a boca. Beijava bem e mamava melhor.

Os seus seios eram grandes, redondos, mas sem serem exagerados. Estavam na proporção ideal. Os mamilos eram lindos, pequenos e delicados. Verdadeiros brotos de rosa, desejosos de serem cuidados por quem sabe "da arte". As suas pernas e coxas eram bem torneadas. O rabo, esse, bem tonificado, muito graças "às horas que eu perco por semana nas sessões de pilates do ginásio" - dizia ela. [Mas a verdade é que o rabo dela era assim

graças às palmadas, aos apalpões e às cacetadas que eu lhe dava]. Era isso que lhe punha aquele rabinho bem empinado e gostoso!

Madalena sabia exactamente como me deixar enlouquecido de desejo quando aparecia vestida com uma camisa axadrezada, uma saia vermelha às pregas, uns óculos e mochila pequenas, às costas. Noutras ocasiões, ela aparecia vestida com um vestido curto azul-aqua, que lhe cobria uma pequena parte das coxas e calçava as botas de cano alto até ao joelho.

Hummmm...que visões maravilhosas! Estava eu perdido nestes pensamentos, contemplando o rio, quando me interpelaram.

Virei-me para olhar quem me interrompera.

Era um rapaz.

Pelo aspecto, era um turista de certeza.

O rapaz vinha todo vestido de preto. Tinha os cabelos compridos, aloirados, abaixo dos ombros. Ele era alto e tinha pele clara. Os olhos eram aveludados, verdes, num tom verde seco. Ao peito, trazia um fio com uma clave de sol. No braço direito, uma pulseira com 6 cores. No braço esquerdo, uma tatuagem que achei deveras curiosa. Às costas, trazia uma mochila com uma garrafa de água das grandes e um mapa, do lado de fora. Trazia também um estojo, que presumi ser de uma guitarra ou baixo.

Uma leve brisa agitou os cabelos dele.

Era um rapaz bastante atraente.

Pigarreei e perguntei-lhe o que queria.

Ele sorriu para mim [tinha um sorriso muito giro] e disse:

- Desculpa incomodar, mas acho que estou perdido. Eu queria ir para aqui. respondeu ele, apontando no mapa o local para onde queria ir. Acenei com a cabeça e ri-me. Olhei para o mapa e depois para ele. Expliqueilhe onde nos encontrávamos. Afinal, ele não estava assim tão longe do seu objectivo. Apercebi-me que me escutava com muita atenção. Por momentos, ainda pensei em acompanhá-lo. Mas acabei por desistir. Despedimo-nos com um sorriso. À medida que o via ir-se embora, lamentava a minha estupidez.

Que belo rabo ele tinha!

Suspirei aborrecido. Nada a fazer. Prossegui a caminhada.

A manhã rapidamente deu lugar à tarde. E que calor veio com ela!

A dada altura, cheguei a um jardim à beira rio. Estava cansado de andar. Tirei a tshirt [que estava toda suada] e coloquei-a a servir de almofada sob a cabeça.

Deitei-me ali mesmo.

A relva estava quente, mas era uma sensação agradável nas costas! Uma brisa refrescante percorreu o todo o meu peito suado.

- Ahhhh! Que maravilha!! - pensei.

De repente, uma sombra ofusca-me o sol.

Estremunhado, viro a cabeça.




Capítulo 2: Um Reencontro Inesperado!





Era o turista.

- Por aqui? - perguntei, surpreendido.

- Sim, já fui até onde queria ir e estava a passear à beira rio, quando te vi... respondeu ele.

- Ah bom...! Então, como te chamas? Eu sou o Abel! - respondi eu, enquanto me levantava.

Sorri e estendi a mão para o cumprimentar.

Ele sorriu e respondeu:

- Eu sou o Caim! Muito prazer em conhecer-te! - exclamou ele entre sorrisos, apertando a minha mão, de forma máscula.

Confesso que não esperava um aperto de mão assim, forte. Mas gostei.

Caim prosseguiu:

- Posso sentar-me?

Ri-me.

- O jardim é livre... - respondi eu, voltando a deitar-me e encolhendo os ombros.

Caim sorriu. Tinha um ar simpático, com um sorriso aberto, maroto e generoso. Sentou-se ao meu lado e pousou as suas coisas. Suspirou cansado, fechando por momentos os olhos.

A testa dele estava alagada em suor. Afastou alguns cabelos que estavam colados à testa, mas estes insistiam em cair-lhe sobre o rosto, dando-lhe um ar fofo. Caim foi à mochila e tirou uma garrafa de água. Pegou nela, abriu-a e despejou-a pela cabeça abaixo!

O ar de satisfação dele!

A água escorria-lhe pelos cabelos, depois pelo rosto, pescoço até chegar ao peito...

...a t-shirt dele rapidamente ficou molhada, começando a mostrar-me como Caim estava em boa forma.

Ele sorriu de prazer.

Não tardou muito a tirar a t-shirt e a ficar em tronco nú, como eu. Sentou-se ao meu lado. Caim tinha um corpo bonito. Não era magro, mas também não era gordo. Estava simplesmente no "ponto". Ventre liso, mamilos redondos e pequenos, peito aparado. Fiquei encantado.

- Está tudo bem, Abel? Estás muito calado! - perguntou-me ele, com ar divertido.

Eu não ia ceder tão rapidamente! Virando a cara para o outro lado, respondi:

- Sim, está tudo bem. Apenas estava perdido em pensamentos quando aqui chegaste!

Caim bebeu um pouco de água. Dava gosto vê-lo assim, do meu lado. Por momentos, desejei ser a garrafa que ele levava à boca. Eu queria poder beijar aqueles lábios...agarrá-lo e beijá-lo como se não houvesse amanhã...

- Gostas de música? - perguntou ele, de repente.

Limitei-me a acenar com a cabeça. Estava vidrado na figura dele.

Caim pegou na guitarra e criando um ritmo, começou a tocar e a cantar uma balada:

"No quiero estar sin ti, Si tu no estas aquí, me falta el sueño... No quiero andar así, Latiendo un corazón, de amor sin dueño..." - "Puxa, que voz linda!" - pensei eu.

Os olhos dele ficaram de repente muito brilhantes. Senti uma enorme vontade de o consolar, de o abraçar, de lhe dar miminhos...

De repente, deixei-me levar.

Aproximei-me de Caim. As minhas mãos deslizaram pelo seu rosto, desceram pelo pescoço, percorrendo o seu peito. A sua pele era macia e suave. Os seus músculos, enrijeciam ao meu toque. Percebi rapidamente que ele era muito sensível. Esqueci-me totalmente que estávamos ali, num jardim público à beira rio.

Comecei a massajar os seus ombros, descendo até aos seus mamilos. Aí, mordisquei-os levemente, lambendo-os em seguida. Caim começou a gemer, baixinho, enquanto a sua respiração se tornava mais acelerada. Ouvi-lo a gemer deixou-me ainda mais doido de desejo. Olhamo-nos olhos nos olhos. Os nossos lábios aproximaram-se.

E então...

...beijámo-nos.

Abracei-me a ele, acarinhando-o. Naquele momento, queria-o só para mim. Queria ser eu a pessoa para quem ele cantava aquela melodia. Beijámo-nos mais e mais, com paixão. Entre arfares e sussurros nos ouvidos, as minhas mãos desceram as suas costas, agarrando aquelas nádegas tão redondas e tonificadas. Gemíamos de prazer. O volume das calças de Caim aumentava mais e mais. Atrevi-me a passar lá a mão. Ao fazê-lo, pude sentir o seu membro. Endurecido e furioso, este estava louco por se libertar da roupa que o mantinha cativo. Não me fiz rogado: em menos de nada soltei a fera.

E que fera!

O seu membro era grande e grosso.

Como tudo em Caim, era bonito. Excitado, libertei a minha fera e comecei a brincar com a dele.

Ele recostou-se na erva, agitando-se inquieto, mas com uma expressão deliciada.

Ri-me divertido. Sabia exactamente como o deixar no "ponto". Voltei a beijá-lo, entre mordidelas no seu pescoço e peito.

Com as mãos, ia brincando com o seu membro e com as suas nádegas. Ele gemia e dizia palavras sem nexo, na maior parte murmúrios, grunhidos e gemidos. Aquilo deixava-me ainda mais excitado. Passei um dedo pela boca, sorrindo maroto.

Caim seguia-me os gestos com o olhar, incapaz de falar. Levei o dedo ao membro dele, deslizando desde a base até à ponta, quando voltei a levar o dedo à boca e passei levemente sobre a cabeça da fera e deixando um fio de saliva escorrer por ele. Caim gemeu profundamente e o seu membro endureceu ainda mais.

Eu próprio estava quase a rebentar. O meu membro latejava, já me doía de tão rijo que estava, mortinho por fazer aquele rapaz, meu e só meu. Seria a primeira vez dele com um rapaz? O meu instinto dizia-me que sim. Como ele parecia controlar-se, peguei numa das suas mãos. Levei-a à minha boca, lambi um e depois dois dedos, sugando-os com gosto. Ele ficou sem reacção. Divertido, peguei na sua mão e coloquei-a sob o meu membro, agitando-o. Não aguentei mais.

- Quero-te! Agora! - sussurrei eu, deliciado.

- Eu também te quero! Faz-me teu! - respondeu Caim num murmúrio.

Olhei-o nos olhos.

- Tens a certeza? E se te magoar? - perguntei eu, entre arfares e beijos curtos.

- Vá, faz-me teu! - Caim mostrava-se decidido.

- Ok... Como queiras! - respondi satisfeito.

Colocamo-nos de forma a que fosse bom para ambos. Eu podia ver Caim olhos nos olhos e lia neles o fogoso desejo que eu nutria.

Depois de algumas brincadeiras picantes por parte dele, e como sentisse que não faltaria muito para atingirmos o clímax, coloquei um preservativo. Entre beijos e carícias, abraços e sussurros, entrei nele...

Ele deitou-se em cima de mim. Eu sentia o seu membro, furioso, enquanto entrava e saía dele, sentindo um prazer incrível.

Aquele vai-vem durou pouco tempo...

...ou terá durado muito?

Para mim, durou o tempo suficiente. Tive um prazer imenso, como há muito não sentia....

Abri os olhos.

A tarde estava a chegar ao fim...

O sol já estava a pôr-se, lá no horizonte.

Suspirei feliz e voltei a fechar os olhos.

A minha mão direita procurou Caim. Ao tactear, senti a relva, agora fria. Apenas a relva.

De repente...

...senti algo. Agarrei. Abri os olhos e virei-me...

À minha direita, não estava ninguém...

Uma pulseira de 6 cores repousava na minha mão.

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